É preciso muito investimento para que um negócio inovador saia do papel e alcance resultados extraordinários. Seja investimento pessoal (partindo do próprio empreendedor), de fundos de venture capital, de bancos e programas governamentais, de investidores-anjos ou de aceleradoras, fato é que, de acordo com a desenvoltura da empresa, será preciso injetar cada vez mais recursos para o negócio alavancar.
Por isso, falaremos neste artigo sobre o investimento-anjo, uma modalidade de investimento que se tornou uma fonte poderosa capaz de movimentar não só novas ideias inovadoras, mas também empregos e a própria economia nacional.
Quer saber mais sobre esses indivíduos e quais são os seus impactos no ecossistema de inovação? Então, acompanhe os próximos tópicos!
O que é investimento-anjo?
De acordo com o guia “Creating Your Own Angel Investor Group: a Guide for Emerging and Frontier Markets”, publicado pelo infoDev, um programa do World Bank Group que tem o objetivo de promover o empreendedorismo e a inovação, o termo investimento-anjo pode ser entendido como “a prática de pessoas de alta renda que investem seu próprio tempo e dinheiro em novos negócios com o objetivo de lucrar com seu crescimento a longo prazo”. Além disso, “esses investimentos são caracterizados por níveis de risco muito altos, pois a maioria das empresas está nos estágios iniciais […]”. (Tradução livre.)
Nesse sentido, os investidores-anjo são indivíduos que investem, geralmente, durante o estágio inicial de uma startup, muitas vezes suprindo as necessidades de empreendedores que não encontraram outras fontes de investimento, como na família, entre amigos ou até mesmo em fundos de venture capital mais tradicionais.
Mas os anjos não se interessam puramente pelo retorno financeiro; alguns buscam impactar positivamente uma causa ou mercado com seus investimentos. Ainda de acordo com o guia da infoDev, em tradução livre, “o interesse pessoal, o desejo de retribuir e a emoção de estar envolvido com uma empresa inovadora são apenas algumas das razões pelas quais as pessoas decidem se tornar investidores-anjo”.
Por essa razão, esse tipo de investimento é conhecido também como “smart money” ou dinheiro inteligente, uma vez que essas pessoas não aportam apenas capital. Por meio do investimento-anjo, a startup garante também um fortalecimento capaz de acelerar o projeto, pois os investidores compartilham com o empreendedor insights e experiências sobre o modelo de mercado, complementam o time com conhecimento e garantem fortes conexões — o chamado networking.
Quem são os investidores-anjo?
A Anjos do Brasil, uma organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de fomentar o investimento-anjo no país, aponta que “o investidor-anjo usualmente é um empresário, empreendedor ou executivo que já trilhou uma carreira de sucesso, acumulando recursos suficientes para alocar uma parte (em geral entre 5% a 10% do seu patrimônio) para investir em novas empresas, bem como aplicar sua experiência apoiando a empresa”.
Nesse sentido, os anjos são indivíduos de alto patrimônio, com considerável experiência em negócios. Contudo, diferentemente do que muitos imaginam, esse tipo de investidor normalmente não é detentor de grandes fortunas.
Além disso, o investidor-anjo geralmente tem uma participação minoritária no negócio e não ocupa nenhuma posição executiva na empresa. Pelo contrário, o investidor atua como um mentor ou conselheiro, por isso esse tipo de investimento é chamado também de “smart money”, já que vai muito além do capital investido.
Por que o investimento-anjo é importante?
Quem inicia um novo negócio sabe da dificuldade de encontrar saídas para financiar as operações, principalmente num estágio delicado e arriscado. Ainda com base no guia do infoDev, sem o auxílio de bancos (que não se dispõem a emprestar dinheiro a empresas de alto risco) e de fundos de venture capital e empresas de private equity (que podem nem existir em alguns países e, quando existem, não investem menos de US$ 1 milhão), os empreendedores se veem no “vale de morte”.
Para lidar com esses desafios, é de grande importância que a empresa conte com investidores ou até mesmo grupos de investimento-anjo, capazes de preencher esse “vazio” com rodadas de investimentos para as empresas em crescimento.
Ainda, com base na Anjos do Brasil, “o investimento-anjo em uma empresa é normalmente feito por um grupo de 5 a 30 investidores, tanto para diluição de riscos como para o compartilhamento da dedicação, sendo definido 1 ou 2 como investidores-líderes para cada negócio, para agilizar o processo de investimento. O investimento total por empresa é em média entre R$ 200 mil a R$ 1 milhão, podendo chegar até R$ 1,5 milhão”.
Quais são os impactos do investimento-anjo?
Investidores-anjo são indivíduos com vasta sabedoria e, portanto, oferecem orientações valiosas para os empreendedores, o que facilita novas conexões e favorece o crescimento das startups. Nesse sentido, os anjos buscam incentivar e motivar os empreendedores para que os negócios se concretizem de forma eficaz, o que gera um grande impacto não só no ecossistema de inovação, mas também na própria desenvoltura da economia nacional local.
Como exemplo, o maior impacto desse tipo de investimento são as novas oportunidades de emprego e renda. Pelo fato de novos negócios serem os motores da geração de novos empregos, os anjos desempenham um papel fundamental para que essas empresas cresçam.
Dados da pesquisa “Investidores-anjos como agentes de inovação no ecossistema empreendedor brasileiro”, publicada em dezembro de 2020 pela Revista de Tecnologia Aplicada, apontam que, no caso de países onde são adotadas políticas de incentivo fiscal para investidores-anjo, como Estados Unidos, Inglaterra, França e Portugal, os governantes entendem que quanto mais investimentos são feitos, maior será a geração de empregos e tributos futuramente.
Como se tornar um investidor-anjo?
Para ser um investidor-anjo é preciso, antes de tudo, ter experiência e conhecimento. Além de capital, os investidores precisam oferecer diferentes tipos de recursos que agregam valor às startups, como:
- ampla rede de contatos;
- conhecimento e expertise na área investida;
- bom histórico empreendedor;
- conhecimento de mercado etc.
Para isso, uma opção é contar com o apoio da FCJ Venture Builder, a maior rede de venture builder da América Latina. Com um curso sobre investimento-anjo 100% EAD e totalmente gratuito durante o período de pandemia do coronavírus, a FCJ ensina aos interessados como investir em inovação e startups de forma eficiente.
O curso tem uma carga horária de 40 horas e é dividido em três módulos: investimento, startup e inovação. Ao longo da Jornada do Investidor-Anjo, são abordados tópicos como aspectos legais de investimento, planejamento de metas, investimento e campanhas, formas de captação de recursos para startups, tendências tecnológicas, impacto social, entre outros.
Além disso, você pode se capacitar em investimento-anjo fazendo parte de uma rede profissional como a FCJ Angels Network. Dessa forma, você garante conhecimento de mercado, aprende sobre investimento de risco, descobre como investir em startups e ainda tem a oportunidade de trabalhar o networking, conhecendo e mantendo contato com grandes investidores do país. Acesse o site da FCJ Angels Network para saber mais sobre a iniciativa!
Até aqui você pôde compreender a importância do investidor-anjo não só para as startups investidas, mas para todo o ecossistema de inovação e para a economia nacional. Dessa forma, mais do que aplicar injeções de investimentos e esperar pelo retorno, os anjos são indispensáveis para o desenvolvimento sustentável de novos negócios.
Falando em negócios inovadores, leia nosso próximo artigo e descubra se vale a pena investir em startups!